Perdoem o desabafo, mas é demais. Portugal quando não tem adversários, arranja-os. Não gosta de coisas fáceis mas adora um delicioso "mata-mata", por isso disputou quatro no Euro 2004 (Rússia, Espanha, Inglaterra e Holanda). Aliás, disputar jogos de vida ou morte é a especialidade lusitana. Podem vir seleccionadores de outros países, podemos exportar jogadores para países de mentalidade ambiciosa e ganhadora que não vale a pena. Na selecção há coisas que não mudam e que, com toda a certeza, não vão mudar, pese embora o esforço da estrutura em remover certas mentalidades.

Rigoroso exclusivo BnR

Do nosso correspondente em Israel, Peter Shoarma

O Bola na Rede apresenta em 1.ª mão o papelinho que José Mourinho depositou numa brecha do Muro das Lamentações.

Alguma luz...
(Agostinho Oliveira, em entrevista ao maisfutebol)

Não se pode dizer que Vítor Baía saiu da Selecção depois do Mundial da Coreia e do Japão. Quando assumiu os «AA» chamou Baía. Nunca lhe disseram que não o podia convocar?
Tanto não é verdade essa situação de negar a possibilidade de o Baía vir, que ele só saiu da Selecção A, comigo, por motivos de ordem interna no clube. Houve um problema interno e, tendo em conta o respeito que me merecia a instituição e a equipa técnica, não convoquei o Baía. Convoquei-o num jogo e ele iria continuar no segundo.
Então, ao contrário do que foi dito, não foi o que aconteceu no Mundial que o impossibilitou de estar no Euro 2004...
Essa referência é falsa. Costumo dizer que só quem não sabe ler é que não é capaz de entender esta situação. Eu não cooperava com esse tipo de situações. Até costumo dizer que quando perder perco com os meus. Tanto não existia qualquer problema que ele foi convocado. Não continuou a sê-lo por motivos de ordem interna.

A Magda é nossa fan e não se importa de o mostrar ao mundo. Porque hoje é segunda-feira no Bola na Rede.

Mourinho pela Paz...

"O treinador do Chelsea, o português José Mourinho, encontra-se em Israel, a convite do Centro Shimon Perez, para participar num projecto futebolístico que visa aproximar os dois povos. O projecto do Centro Perez, criado em 1996 pelo Prémio Nobel da Paz Shimon Perez, actual vice primeiro-ministro israelita, juntou cerca de mil crianças israelitas e palestinianas, entre os seis e os 13 anos, que participaram no "torneio da paz", em equipas compostas por jogadores de ambos os países. Nesta segunda-feira, o técnico campeão Europeu, ao serviço do FC Porto, dá uma palestra a 150 treinadores da primeira e segunda divisões israelitas e visita o Knesset (Parlamento israelita), em Jerusalém." Notícia da SIC.

E quando pensavamos já ter visto tudo, José Mourinho volta a surpreender, revelando uma nova faceta, como pacificador, em Israel, o país que concentra a maioria das tensões políticas do Médio Oriente. A atitude é louvável e volta a deixar-me a ideia de que, quando o técnico se cansar do futebol, pode ainda ter vontade para fazer uma perninha na política.
O próprio Mourinho já admite que daqui a uns 10 anos pensa mudar de vida...

• Confesso que não esperava um final de semana tão agitado, no que diz respeito ao panorama desportivo
• Destaque absoluto para a CORAGEM de Nuno Gomes, um dos poucos futebolistas portugueses que pensa pela sua cabeça. Espero agora que Nuno, como matador que é, que concretize o que disse - acredito eu espontaneamente - porque pelo meio há gente que não merece, com toda a certeza, ser incluída no saco da suspeição. Aguardemos...
• Luís Filipe Vieira já garantiu que só pode ter sido quando o avançado esteve no Boavista e na Fiorentina. A auto-estrada entre a Luz e o Bessa está mesmo acidentada...
• Portugal venceu e meteu o pé mas as dúvidas regressaram, tendo em vista o jogo de Bratislava. Quim ou Ricardo?; Nuno Valente ou Miguel? Não sei, mas palpita-me que o guarda-redes do Benfica pode ter ganho o lugar. É apenas um palpite baseado no facto de Scolari nunca, que me lembre, colocar a jogar um guarda-redes suplente quando o titular está apto.
• O JN avançou, a SIC picou e a imprensa espanhola foi toda atrás. A notícia era apenas isto: Camacho substitui Trapattoni no Benfica no final da temporada. Se o italiano for campeão, o que eu ainda não acredito porque a vida não pode ser assim tão injusta, quero ver como é que o rei dos pneus vai descalçar esta bota.
• Como é que o Sporting, clube orgulhosamente falido, quer desembolsar 3,5 mlhões de euros por metade do passe de Hugo Viana? Não valia mais dar 3 milhões e bater a concorrência pela totalidade dos direitos desportivos de João Alves? É uma ideia não é?
• Espectaculares, hilariantes mesmo, as notícias de hoje, Domingo de Páscoa, de Record e de A BOLA sobre Rogério. O diário do Bairro Alto falou com Rogério que garante que esteve sábado de manhã na Academia, juntamente com Mota e Rochemback, e que depois, pela tarde, foi até ao Palácio da Pena, em Sintra, onde lanchou um belo travesseiro da Periquita. O Record adianta que o mesmo Rogério está no Brasil, tendo-se mesmo encontrado, secretamente, com a mãe. Estou verdadeiramente em pulgas para saber o final da novela...
• Notáveis as declarações proferidas pelo xadrezista islandês Bobby Fischer sobre o seu ex-país, os Estados Unidos da América. Quase que aposto que Michael Moore já vai a caminho de Reiquiavique para fazer mais um filme anti-Bush.

Como o tempo voa!

O campeonato chega agora à Páscoa, e nem se deu pelo Quaresma!

Bennigno McCarthy

Expulso pela 8247523.ª vez nesta época, há quem ache Benni McCarthy um jogador violento. Tendo em conta o que os sul-africanos, no seu país, costumam fazer aos portugueses, há quem o considere um jogador até bastante contido. E a comissão disciplinar da Liga deve ter a mesma opinião, que já o conteve na bancada um total de partidas que perfaz 1/8 do campeonato. Eu acho que quem assim pensa tem grande parte da razão (a parte c, o, n, t, i, d, o). A parte que falta (r, a, r, a) diz que o estarola McCarthy é um jogador contrariado que tenta desbravar à cotovelada o caminho para longe da disciplina monástica do Olival.

A democratização dos raptos-de-mamães

O infortúnio de Fabiano, primeiro, e o de Rogério, depois, vêm revelar que já não é preciso ser um craque daqueles para se ser um alvo apetecido deste cobarde expediente brasileiro. Os requisitos agora parecem ser (para além de ter a mãe a morar no Brasil): ter um bom contrato, como aqueles que já se vão oferecendo em Portugal, e não jogar a ponta de um corno. Paulo Almeida já deve estar a sofrer por antecipação.

Brasileirices em três actos

Liedson quase me convenceu ontem na sala de imprensa da falsidade dos profissionais do maior e mais prestigiado jornal brasileiro, "O GLOBO". Para quem não sabe, aparecer nas páginas do jornal em causa é uma tarefa hercúlea. Nessa entrevista, Liedson alegadamente dizia isto sobre a sua possível saída para outro campeonato europeu: "Esse é o meu melhor momento, mas a falta de atenção dos media com o futebol português prejudica-me. Se eu estivesse em outro país, como Espanha ou Itália, teria mais chances de ser convocado. Por isso, penso seguir para algum país de maior projecção quando acabar meu contrato, em 2006".

Ontem, depois do jogo, Liedson rectificou fazendo acusações graves ao jornal do seu país. «É por isso que não gosto de dar entrevistas escritas, porque digo uma coisa e escrevem outra. Quem não gostaria de jogar em Espanha ou Inglaterra? Falta de visibilidade em Portugal? Não. A prova disso são o Diego e o Luisão. A visibilidade do campeonato português não chega à Espanha ou a Itália, mas terei a minha oportunidade de jogar na selecção brasileira em breve.»

Finalmente, o terceiro acto, cometido por Liedson, hoie no aeroporto de Lisboa antes de embarcar para o Brasil. «Está visto que o campeonato português não tem a visibilidade necessária para ser chamado à selecção. E ir à selecção é também um dos meus objectivos.»

Não faço mais comentários mas abro o fórum a quem o quiser fazer.

McCarthy ganhou o primeiro prémio nas suspensões de ontem da liga. Levou três jogos, tantos quanto as cotoveladas que ja distribuiu esta época - falha Gil Vicente, Boavista e V. Setúbal. Além disso contribui com 1750 euros, destinados a uns interruptores novos para o gabinete do major.
Seitaridis levou apenas um jogo na bancada e os 230 euros de multa só dão para uma caixa de Havanos.

O que é nacional é sempre bom e eis a Maria a confirmá-lo em exclusivo para o nosso blog. Porque segunda-feira é sempre que um homem quiser no Bola na Rede.

Reescrever a história

José Couceiro, o clone de José Mourinho Víctor Fernández.
Com o Del Neri Fernández Couceiro, o FCP não vai a lado nenhum.
Só dependemos de nós de nós e dos resultados do Benfica de nós e dos resultados do Benfica, do Braga, do Sporting e do Boavista.
A jogar assim vamos ser campeões ainda podemos ser campeões é muito complicado sermos campeões.
O apito encarnado blá, blá, blá... O apito encarnado blá, Eduardinho blá... O apito encarnado blá, blá, blá.

Notas sobre o clássico:

• Jogo aquém do esperado, dadas as circunstâncias, por parte da equipa que diz jogar o melhor futebol em Portugal. Perdida a oportunidade histórica de pisar, esfrangalhar, humilhar o campeão europeu como ele ainda não o foi esta temporada.
• José Peseiro revelou, mais uma vez, que não tem perfil para ser treinador de um clube com a grandeza do Sporting. Falhou ao não arriscar, com mais dois em campo, e depois dá um festival de histeria no banco de suplentes (as discussões que travou com Sá Pinto e Niculae são hilariantes). Prepara bem a equipa tacticamente mas quando tem de dar um golpe de asa... caput!!
• Notória quebra física do Sporting, a paragem vem a calhar.
• A qualidade de João Ferreira. Tomou decisões complicadas, mas acertadas. A expulsão de McCarthy é igual à de Viana na Luz, logo não escandaliza.
• Liedson está em evidente má forma.
• Enakarhire, Beto, João Moutinho, Pedro Barbosa, Douala e Viana - este apenas no capítulo de rasgar a defesa contrária com passes teleguiados, como no primeiro golo e no chapéu mal tirado por Liedson - realizaram exibições de mão cheia.
• Beto provou que concentrado e motivado, apesar de estagnado há anos, é um excelente central. O problema são os Moreirenses, Belenenses, Penafieis e... a tal proposta de Madrid que ficou, para sempre, em Badajoz.
• Uma questão, aquele número 18 do FC Porto é o irmão gémeo de Maniche? Volta o enigma: Maniche só dá com Mourinho?
• Estranha apatia de Ricardo Quaresma no regresso a casa. Ai o coração...
• Nunca vi José Couceiro com bloco e caneta quando estava no V. Setúbal. Mais um sintoma de clonagem?
• Engraçada a forma como Ricardo baixou bolinha quando Jorge Costa o "sacudiu". Estão a ver o inverso a acontecer no Dragão, não estão?
• 33 mil pessoas entre os dois clubes que registam melhor média de assistência em Portugal só pode ter um veredicto: Maldita televisão.
• António Frasco é comentador da Sport TV. Porque contratam comentadores parciais assumidos que só sabem analisar lances com lentes azuis iguais da espessura do fundo de uma garrafa? Coitado do Oceano...
• Na Luz já se comemora o título. Eu esperava mais um bocadito, ainda é cedo. Depois a desilusão é maior.

Resultado final: Sporting-FC Porto, 2-0

Jogo completamente atípico em Alvalade, com o Sporting a ganhar alento e três importantes pontos na luta pelo título. À passagem da meia-hora o FC Porto ficou a jogar com 10 (expulsão de McCarthy), na segunda parte ficou a jogar com 9 (expulsão de Seitaridis). Pelo meio, o Sporting marcou de penalty e depois encostou-se à sombra de um resultado positivo e abdicou de atacar um Dragão estilhaçado, perdendo uma oportunidade de construir um resultado mais tranquilo. O Sporting a jogar contra 9 e ganhar 1-0, jogou mal, muito mal, viu o FC Porto procurar o empate na parte final (chegou mesmo a parecer que era o FC Porto quem estava em superioridade númerica) e acabou por sentenciar a partida aos 94m, quando as pernas dos azuis que ainda estavam em campo já não davam mais. Peseiro ganhou, mas não tem mérito. Perdeu 3-0 no Dragão e ontem podia igualar o resultado, mas esqueceu-se que com estes 2-0 fica sempre atrás dos portistas em igualdade pontual.

Ao intervalo:
FC Porto a começar melhor, com Costinha a cabecear isolado por cima. O Sporting só se soltou após o minuto 15, passando a controlar primeiro e a dominar depois, muito por culpa da expulsão (mais uma por agressão) de McCarthy, criando duas boas ocasiões (Rui Jorge/Liedson).
Os mais: Pedro Emanuel e ala direita do Sporting (Douala/Rogério). Os menos: McCarthy, Bonfim e Baía.

Para a segunda parte: a jogar contra dez, o Sporting tem obrigação de fazer mais para tentar ganhar o jogo. Peseiro talvez devesse apostar na entrada de Carlos Martins, mesmo sacrificando Douala, pois Rogério pode subir bem e ai ganha a luta no meio campo; Couceiro agora só pode acreditar num milagre, pois tem pouco por onde mexer. Quaresma não resulta como ponta-de-lança e no banco está Postiga e Fabiano, pelo que um destes deve entrar, falta saber qual a ambição de Couceiro. Diego não deve trazer nada de novo, por isso mais vale deixar ficar como está. O empate é nesta altura um óptimo resultado em Alvalade.

EQUIPAS OFICIAIS:
SPORTING: Ricardo, Rogério, Beto, Enakarhire, Rui Jorge, Moutinho, Barbosa, Viana, Douala, Sá Pinto e Liedson. SUPLENTES: Nelson, Carlos Martins, Niculae, Tello, Miguel Garcia, Mário Sérgio e Pinilla.

F.C. PORTO: Baía, Seitaridis, Jorge Costa, Pedro Emanuel, Nuno Valente, Costinha, Ibson, Maniche, Bomfim, McCarthy e Quaresma. SUPLENTES: Nuno, Ricardo Costa, Luís Fabiano, Diego, Bosingwa, Bruno Gama e Hélder Postiga.

O onze do Sporting é mais forte como equipa, o do FC Porto mais forte nas individualidades. A ver no que isto dá...

Uma espécie de "Marcelo" na SIC

Mourinho, o pensador...


José Mourinho, o conquistador; José Mourinho, o inovador; José Mourinho, o competente metodólogo; José Mourinho, o polémico... Agora, o treinador do Chelsea vai adoptar outro "cognome": Mourinho, o pensador ou, se preferirem, o comentador que arrasta audiências.

A novidade pode ler-se nas páginas da última edição do jornal "Expresso".
O técnico português assinou como comentador da SIC (não conheço os valores que o convenceram, mas depreendo que terá sido um contrato "milionário", à medida da atracção que as suas palavras provocam), canal onde terá um espaço de opinião já a partir de Abril. Excepcionalmente, estará já amanhã na estação de Carnaxide, onde falará do Sporting-FC Porto de hoje, do seu Chelsea e das mais recentes controvérsias em que se vê envolvido, nomeadamente a que o "implica" no abandono do árbitro Anders Frisk.

Mourinho transforma-se, assim, numa espécie de Marcelo Rebelo de Sousa, que actualmente comenta na RTP1, aos domingos à noite. Além de todos os elogios que se possam fazer ao melhor treinador do momento (e muitos já se fizeram), acrescentemos a grande capacidade para gerir a sua carreira. Mourinho sabe que o sucesso é efémero e, por isso, não fecha portas. Não se inibe de mostrar publicamente que não é apenas um bom treinador de futebol; é uma personalidade polivalente que, a seu tempo, merecerá um estudo mais aprofundado.

Com este espaço de opinião em que embarca, mantém uma janela aberta com o seu país, onde muitos se identificam com as suas modernas e frontais opiniões, mesmo alguns que também o consideram arrogante.

Para já, Mourinho será um crítico do futebol português, fazendo uso do facto de não treinar em Portugal neste momento para não recear comentários pejorativos sobre os técnicos que orientam os três "grandes". Mas, a médio prazo, vejo Mourinho a treinar a Selecção Nacional, talvez já depois da "Era Scolari", acumulando com um clube. Para uma fase mais madura da sua vida, não me admirarei nada se o vir num alto cargo do dirigismo desportivo ou até mesmo (por que não?) na política.

Um terrível problema no PC (não confundir com Pinto da Costa) impede-me de postar a foto habitual das segundas-feiras :(. Mas acreditem que vale a pena esperar por amanhã! Entretanto curtam o clássico!

O frango do GR sadino no 1.º do Benfica em Setúbal

O novo guarda-redes do FCP, Paulo Ribeiro, é um jovem na esteira de Baía, mas ainda sem a experiência que lhe permita sacar a bola de dentro da baliza.

Está tudo doido?

Leio os meus colegas de blog Ravelis e LF, e não acredito. As suas notícias em primeira mão costumam confirmar-se, as suas opiniões são, por norma, bem fundamentadas, as suas análises dão frequentemente positivo, e os seus palpites, quando não alicerçados em fezadas extra-sensoriais, são perfeitamente sensatos. Daí que, ao ler-lhes tiradas como «a final de Alvalade está mais perto do que nunca» e «não será demais afirmar que o Sporting pode mesmo conquistar a Taça UEFA», eu fique assim a modos que baralhado. As afirmações colhidas parecem não caber em nenhuma das categorias mencionadas. Portanto, deve ser um desejo. Sim, devem enquadrar-se na categoria dos desejos, apesar do tom peremptório das sentenças. Se for isso, tudo bem, cada um pode ter os desejos que a sua real gana quiser sugerir. Se for outra coisa diferente disso, acompanhada da prova provada de que os leões disputarão a final de Lisboa, eu anuncio desde já que verei esse jogo no ecrã de 33 cm do televisor da sala de convívio do Hospital de Miguel Bombarda, no meio de outros lunáticos que, como eu, têm da realidade uma noção completamente diferente da dos demais.

E não é uma questão de desejos, que a nacionalite é tão condenável como a clubite, é, sim, uma questão de razoabilidade de análise. Nesse sentido, só cronologicamente a afirmação de Ravelis é razoável: a inexorabilidade do calendário confirma que «a final de Alvalade está mais perto do que nunca». É uma afirmação que pode inclusivamente ser repetida até ao dia do grande jogo, 18 de Maio, que não perde actualidade; pelo contrário, será cada vez mais verdadeira.
Já a afirmação de LF – «não será demais afirmar que o Sporting pode mesmo conquistar a Taça UEFA» – será razoável apenas no caso de pretender ilustrar a conhecida máxima que diz: «em futebol, tudo é possível».

Sejamos francos: numa competição a eliminar onde ainda militam equipas como o Alkmaar, o Áustria de Viena e o próprio Sporting, não se pode dizer, como seria suposto nuns quartos-de-final: «nesta fase da prova, já não há peras doces». Até há grandes possibilidades de o Sporting eliminar o Newcastle: uma equipa treinada por Graeme Souness nunca será uma das peras mais difíceis de roer. Mas não passará disso. Apesar de este molde da Taça UEFA se assemelhar cada vez mais a uma corrida de mijas-na-escada, não vislumbro que este Sporting capitaneado por Peseiro possa conquistar o que quer que seja. É antinatural. Quer dizer, um tipo até pode tentar ir à Índia, enganar-se, descobrir o Brasil e inscrever o seu nome na História. Só que aqui, amigo Peseiro, o senhor até pode descobrir 23487548 brasis (que se engana vezes suficientes para isso), mas só inscreve o nome na História se chegar efectivamente à Índia, façanha que o 5.º classificado da Superliga (com o 6.º a 2 pontos) muito-muito-muito dificilmente conseguirá. Eu não acredito em que o consiga. Mas pronto, reconheço que sou suspeito, eu também não acreditei em nada daquela história de uma senhora ter aterrado em cima de uma azinheira e ter metido conversa com três pastorinhos. O meu vaticínio é que o Sporting participará na final da Taça UEFA, sim, mas emprestando o cenário.

PS – Caro Ravelis, acompanha-me neste exercício: se um clube não ganhar desde Dezembro e conseguir por fim uma vitória em Fevereiro, não se pode dizer que não vencia há um ano, pois não?
Do mesmo modo, apesar de o último título encarnado ter sido festejado em 1994, não podes dizer que a seca benfiquista é de 11 anos quando ela corresponde a apenas 10 épocas: o penta do FCP (5), o borrego do SCP (6), a estreia do Boavista (7), os penalties do Jardel (8) e o bis de Mourinho (10). Terias de cancelar a tua viagem ao Pólo Norte para te dar essa undécima cifra. ;)

Constelação

Soi dizer-se quando uma equipa vence com a ajuda de aspectos aleatórios que tem a estrelinha de campeão. Pois bem, o Benfica teve, em Setúbal, constelação de campeão, por razões que me parecem evidentes a olhos lúcidos e imparciais. A expulsão de Veríssimo é uma borrada de todo o tamanho do central formado... nas escolas do Benfica. Com a posição ganha tinha duas boas soluções: ou atrasava para o guarda-redes, ou dava um charuto para fora. Preferiu armar-se em Baresi, chegar primeiro ao lance para depois ser ultrapassado por Simão. Não satisfeito, comete falta para vermelho.
Vi o Chelsea-Crystal Palace e pensei para comigo aquando do primeiro tento de Kezman: "Mas que granda pirú". Paulo Ribeiro quis desmentir-me ao tentar aproximar-se de Kiraly, pois deu uma frangalhada de todo o tamanho. E parece que o rapaz até tem contrato assinado com o FC Porto...
Com 1-0 no marcador, a jogar com mais um elemento, chegou a cereja no topo do bolo encarnado. Geovanni remata mal, para o meio da baliza, mas Auri, ao tentar aliviar, traio seu guarda-redes.

Muita sorte para quem precisava de um triunfo. Continuo a achar que o Benfica só precisa de mais quatro pontos nos dois próximos jogos para encomendar as faixas - o Marítimo vem numa boa altura, sem treinador e esfragalhado psicologicamente. Enquanto isso os adversários vão-se degladiando - Sporting-FCP, Boavista-SCP e Boavista-FCP.

Não quero agora fazer muitas conjecturas, para além de assegurar que já comecei a ver preços de passagens para o Pólo Norte. Ainda assim, a seca de 11 anos parece estar a terminar. Se não for este ano...

PS - Até simpatizo com José Rachão, e hoje a derrota pertence inteiro aos jogadores (Veríssimo, Paulo Ribeiro, Auri...), mas comparar este Vitória com o de José Couceiro é um exercício complexo...

Sporting com o Newcastle, outra vez...

O Sporting vai defrontar os ingleses do Newcastle nos quartos-de-final da Taça UEFA, ditou o sorteio realizado esta sexta-feira em Nyon. Os "leões" reencontram uma equipa que já defrontaram na fase de grupos da prova e que eliminou o Olympiakos na ronda anterior. A primeira mão será disputada em Inglaterra, sendo que os "quartos" são jogados a 7 e 14 de Abril.

Se José Peseiro conseguir colocar em campo uma equipa com ambição, capaz de alcançar os melhores níveis exibicionais desta época, não será demais afirmar que o Sporting pode mesmo conquistar a Taça UEFA e fazer história para o futebol português pelo terceiro ano consecutivo, depois dos triunfos do FC Porto na UEFA e na "Champions League".

Cito o meu colega de blog Ravelis, porque tem toda a razão: "O que é bom de ver é que a final de Alvalade está mais perto do que nunca..."

Que adversário?

Sporting cumpriu a sua missão, com eficácia e pragmatismo, e está agora nos quartos-de-final da Taça UEFA. Há 14 anos - desde a meia-final contra o Inter de Trapattoni, Klinsmann e Matthaeus - que os leões não passavam a barreira dos oitavos-de-final. Nota alta para dois jogadores sem estatuto mas que jogam mais e melhor que as vacas sagradas do balneário leonino: Enakarhire (há melhor que ele em Portugal?) e João Moutinho - que talento!

Agora é só escolher o próximo opositor: Newcastle, AZ Alkmaar, CSKA, Parma, Auxerre, Steaua/Villarreal ou Austria Viena? Eu, se pudesse escolher, ia para o Austria Viena, afinal os leões já se vingaram do Rapid mas agora o Austria podia pagar a factura do Casino. O que é bom de ver é que a final de Alvalade está mais perto do que nunca...

João Pinto (vice-presidente da direcção), Emílio Peixe (vogal da direcção), Jorge Costa, Paulo Madeira (secretários da Assembleia Geral), Vítor Baía (presidente do Conselho Fiscal), Tulipa e Nuno Campos (vogais do CF) vão "tomar conta" do Sindicato de Jogadores a partir da próxima terça-feira, dia em que a lista única vai submeter-se a sufrágio. Finalmente, uma boa notícia!

PS - Rui Jorge e Pedro Barbosa foram convidados mas recusaram porque alegadamente ainda não esqueceram a conferência de imprensa de Jardel na sede do sindicato.

Nunca o FC Porto esteve tão perto dos quartos-de-final da presente edição da champions como no decorrer do jogo de ontem em Milão. As más exibições desde a primeira fase não anteviam grande futuro para o campeão em título, pelo que foi até com alguma surpresa que, após o golo do Bicho, a equipa de Couceiro esteve "somente" à distância de mais uma bomboca para seguir em frente. Mas a raça do capitão, de Pedro Emanuel, de Ricardo Costa, de Maniche e McCarthy não encontrou seguidores nos que vestiam camisolas azuis. Por isso Adriano fez mais um golo num remate em que Pepe se encolheu e virou as costas como um menino, minutos depois de Pedro Emanuel, lesionado, ter feito um pique inacreditável para tirar uma bola de cima da linha. Também por isto, o ex-boavista merece o próximo dragão de ouro e o ex-marítimo merece ser recambiado para o país do Alberto João. A diferença está toda aí.

José Couceiro: «Esta equipa e a do ano passado apenas têm em comum o nome»

Ó José, acontece o mesmo com o clone do Mourinho.

Quase dois meses depois...

O verdadeiro reforço de Inverno. Lindo mais lindo não há! Porque hoje é segunda-feira no Bola na Rede

Papinho cheio

Mais uma jornada gastronomicamente perfeita para a águia. Será que é neste ano que tira a barriga de misérias? Como diz o povo, não há fome que não dê em fartura, mas não será pesado de mais interromper o jejum logo com uma dobradinha?

Há dias, de três penadas, limpou o sebo a outros tantos borreguitos que ameaçavam ganhar peso: pontuou em casa do FCP, ganhou ao Beira-Mar na nova Luz, e trouxe 3 pontos da Choupana.
Nesta jornada, a dona águia deliciou-se na sexta-feira com umas excelentes entradas (não se percebeu bem o que era aquela coisa amorfa, percebeu-se apenas que era qualquer coisa «à Couceiro», e o chefe disse que dependeu só de si para fazer aquele pitéu);
Prosseguiu depois, já no sábado, com o prato principal: um coq au vin supimpa, de bicar uma vez e tornar a repetir perto do fim. O coq, claro, veio de Barcelos, e o vin, evidentemente, era do Porto, que não há melhor aperitivo do que o que vem daquelas cepas daqueles cepos;
No domingo, enfim, a sobremesa, que se revelou uma autêntica cereja no topo do bolo. Por duas vezes o atrapalhado autor da iguaria foi buscar a cereja ao fundo das redes, mas o que é facto é que esta acabou por manter-se no topo e até soube a ginja à refastelada águia.
Hoje, segunda-feira, talvez haja tempo para acabar a refeição como nos restaurantes chineses: com um digestivozinho em que a parte mais engraçada é reparar no lagarto engarrafado (no 5.º lugar).

PS – O roteiro gastronómico da águia prossegue na próxima semana: se comer a sopinha toda em Setúbal, a anafada ave pode ainda lambuzar-se com as sobras do clássico. Se assim for, Ravelis, está prometido, levas uma marmita de borrego lá para o Pólo Norte.

PS2 – O blogue é interactivo, e tal, e estabelece diálogo com os seus leitores: ZP, conta-me, tens seguido a carreira do Real Madrid? ;)

Adeus título!

É oficial. Com a derrota de ontem, o Sporting despediu-se do título colocando um ponto final na ambição desportiva do projecto Roquette: ser campeão três vezes em cinco anos.
Peseiro estendeu ontem a passadeira vermelha ao Benfica.
Nem Trapattoni faria melhor

PESEIRO – Pode ter uns manuais jeitosos, ter sido adjunto do Real Madrid, mas há coisas que não dão, decididamente, para entender. Para fazer uso da tão em voga gestão de esforço, Peseiro fez alinhar no meio-campo leonino Tello, Barbosa, Viana e Moutinho. Os três últimos foram substituídos no decorrer da partida, o que significa, que, na opinião de Peseiro, o chileno foi a unidade de maior rendimento de um sector que já não contava, à partida, com Custódio, Carlos Martins e Rochemback. Escusado será dizer que no que falta da temporada espero ver Tello a titular... a menos que Peseiro volte a fazer uso da gestão de esforço.

Enakarhire estava à bica mas realmente foi de uma coragem atroz utilizar Beto e Hugo, os piores centrais do Sporting, ao mesmo tempo e ainda por cima como dupla. Hugo foi culpado nos dois golos. Beto não conseguiu apanhar N’Doye no segundo tento. Para ser um trio de centrais de qualidade mundial é só contratar João Manuel Pinto (e se possível Argel, para alguma eventualidade). Só de pensar, até arrepia.

A disciplina de Peseiro é no mínimo estranha. Rochemback mandou-o tomar banho com água de rosas, Liedson demorou a chegar do Brasil e ainda teve direito a uma reprise para ir ver o nênem recém-nascido. Resultado, mantiveram a titularidade. A filha de Hugo Viana nasceu na véspera do Marítimo-Sporting. O médio pediu a Peseiro para viajar para o Funchal ao final do dia. A resposta do mister durão? Negativa (foi ainda pior mas é melhor ficar-me por aqui).
Peseiro não é um bom condutor de homens, não se sabe dar ao respeito. Se melhorar neste capítulo (e noutros mais, como a leitura de jogo) pode vir a ser um treinador razoável, nunca para um grande, com excepção do FC Porto, pela sua estrutura.

Para quem gosta de estatística, o Sporting do segundo ano de Bölöni tinha mais sete pontos que o actual Sporting na mesma jornada.

ADMINISTRAÇÃO- Três boas contratações: Douala, Enakarhire e Rogério. Pinilla foi a excepção que confirmou a regra do bom e barato, por duas razões. Primeiro porque veio, segundo porque inviabilizou, de vez, a aquisição de Ricardo Oliveira. Mesmo assim foi esta administração a responsável pelas renovações de Hugo e Tello. Quem explica?

A finalizar a questão da aliança, que tem mostrado a eficácia do açaime catita que Luís Filipe Vieira colocou a Dias da Cunha. A quem serve a aliança? Que proveitos tirará o Sporting dessa união com gente que, segundo o actual presidente, era considerada há um ano desprovida de nível? Não se percebe. Para já o Sporting sai a perder. Miguel Ribeiro Teles, um homem amigo do balneário e com sensibilidade para além do gabinete, saiu e Dias da Cunha está calado mesmo quando o Sporting é prejudicado.

Os homens do leme podem sair de cabeça erguida desta temporada desportiva se o Sporting conquistar a Taça UEFA e o 3.º lugar na Superliga. Por incrível que possa parecer, acredito mais na concretização do primeiro objectivo.

PS – Esqueçam o primeiro e último parágrafos deste post se V. Setúbal e Sporting vencerem na próxima jornada.

Bater no fundo

O futebol português está a bater no fundo. Estamos a nove jornadas do final da Superliga e o Benfica está com três pontos de vantagem sobre os seus mais directos concorrentes - leia-se FC Porto e Sporting, se os leões vencerem hoje o Penafiel sem Custódio e o rei da noite de Alcochete e arredores. Por momentos acordei e sinto o futebol português a bater no fundo. Trapattoni está mais perto, do que nós todos pensamos, de fazer a dobradinha. Pior do que isso. O ancião italiano pode quebrar o jejum de títulos do Benfica ao assegurar o primeiro campeonato do século XXI para os encarnados. Como é que isto chegou a este ponto? Belisquem-me e digam-me que não estou a viver este pesadelo.

Como é que podemos passar, em apenas um ano, de um treinador campeão nacional, que é apenas o melhor do mundo, para um treinador, à mesma campeão nacional, que veio para Portugal curtir uma reformazita porreira porque mais ninguém o queria em lado nenhum do planeta (a selecção da Suazilândia fez uma oferta, mas Trapattoni já tinha dado a sua palavra ao dragão de ouro, José Veiga)?

Desejo, em nome da sanidade mental do futebol português, que alguém faça alguma coisa que possa inverter esta posssível hecatombe. Porque, meus amigos, o Benfica vai jogar tudo nas próximas três jornadas. V. Setúbal (fora), Marítimo (casa) e Rio Ave (fora) são encontros de grau de dificuldade elevado em que se o Benfica faz, pelo menos, sete pontos pode declarar-se campeão enquanto eu preparo as minhas malas rumo ao Pólo Norte (Boloposte, ficaste de me ir levar ao aeroporto, não te esqueças).

Nessas três semanas vão surgir jogos (Sporting-FC Porto, Boavista-Sporting e Boavista-FC Porto) em que os adversários do Benfica vão, necessariamente, perder pontos.

Por isso, estamos neste drama. Trapattoni pode ser campeão e se não for ele pode dar-se o caso, isso sim, do futebol português ser banido das competições europeias se Jaime Pacheco repetir a temporada 2000/2001. Estamos à beira do precipício e ninguém faz nada!!

FC Porto, 0-Nacional, 4

O Nacional da Madeira vulgarizou ontem (sexta-feira, 11) a equipa do FC Porto, no Estádio do Dragão e, na minha opinião, tornou ainda mais evidente que o problema portista nesta época não são os treinadores, mas sim a estrutura que trabalha nas suas costas. Essa estrutura, que em muitas épocas representou a grande diferença e grande vantagem relativamente aos mais directos adversários, significa neste momento o ponto mais desequilibrado no staff que gere o futebol portista.

Pinto da Costa e seus pares, muito provavelmente, mal aconselhados, embarcaram desde o final da "Era-Mourinho" num estilo mercantilista que se tornara habitual nas fases péssimas dos dois grandes de Lisboa. Resultado: um grupo de jogadores, onde muitos ainda não se conhecem o suficiente para poderem jogar na mesma equipa que detém, ainda, o título de campeã europeia de clubes.

Quanto a treinadores: depois de Mourinho, veio Del Neri, veio Victor Fernandez, veio José Couceiro... O português herdou uma equipa sem identidade, difícil de gerir e até já "ameaça" ir buscar jogadores à equipa B que tenham a mística essencial para vestir a camisola do FCP. Sem ganhar em casa desde Dezembro, os "dragões" jogam na terça-feira a segunda-mão dos Quartos-de-final da Liga dos Campeões frente ao Inter de Milão, em Itália; No fim-de-semana seguinte é a deslocação a Alvalade...

Entretanto, no que toca à SuperLiga, Couceiro já não pode dizer que o FC Porto só depende dos seus próprios resultados para renovar o título nacional; agora, tem de estar atento também ao que acontece com Benfica, Sporting, Sp. Braga e Boavista. E esta,hein?

O cúmulo

Esperava que o FC Porto não vencesse. Se dissesse outra coisa mentiria. Por 4-0, isso, claro, nunca previ. Mas foi bem feita!! Primeiro porque Jorge Costa - um jogador que muito admiro, não façamos confusão - revelou mais uma vez toda a sua falta de carácter ao ignorar o apelo de um colega de profissão estendido no relvado. Já não bastou o que aconteceu? Para Jorge Costa não. Uma vez carniceiro, sempre carniceiro.

Depois, ainda com o resultado em 0-1, ver Costinha lesionado, Couceiro a mandar aquecer Leo Lima, leva o segundo golo e mesmo assim não percebe que alguém tinha que correr, desarmar, enfim fazer o trabalho sujo? Pois é, jogar sem trinco mas com QUATRO números 10 - Diego, Ibson, Leo Lima e Bomfim - só podia dar naquilo que deu.

Couceiro, ou o o-homem-que-quer-ser-Mourinho-mas-que-sabe-que-o-Sindicato-está-à-sua-espera-mais-cedo-do-que-o-previsto provou que a ler o jogo é ZERO. Até o João Carlos Pereira com tiques de marioneta soube dar um banho e entrar na história porque o FC Porto não sofria uma goleada tão pesada há 30 anos, obra do Belenenses e de Alfredo.

E o melhor de tudo é que o neto de Peyroteo ainda está a tempo de celebrar nos Aliados. Lindo!

E a atitude?

O Sporting venceu esta noite o Middlesbrough por 3-2. Bom resultado se tivéssemos feito o prognóstico no princípio do jogo. A primeira parte foi um ai jesus, um Sporting nitidamente superior sem atitude para ir para a cima de uma equipa que deve muito à classe. Na segunda parte, três golos naturais, tão naturais que o 4-0 e o 5-0 adivinhava-se. Depois Douala, Rogério e Ricardo vieram ao de cima. O camaronês fez duas faltas aproveitadas a papel químico, com Ricardo e Rogério em péssimo plano. Aproveito para dizer que Ricardo é mesmo culpado no primeiro golo. A bola vai-lhe à figura mas ele não tinha obrigação de dar o corpo ás balas e não ser surpreendido com um chapéu? Muito mal, lá se vai a oportunidade de o Sporting o vender para Inglaterra.

Não quero ser chato, mas o Sporting pode mesmo vencer a Taça UEFA, desde que tenha ATITUDE!

Che-Bar (IV)

«Se esta equipa [Chelsea] ganha a Liga dos Campeões, é caso para todos se rirem do futebol. É um desastre. Porque têm muito dinheiro, mas não jogam nada. São muito defensivos, jogam no contra-ataque e são também muito intimidatórios. O FC Porto mereceu ser campeão da Europa porque jogava bom futebol», Samuel Eto'o

É complicado corroborar que o Chelsea é defensivo quando ontem aos 20 minutos já tinha marcado três golos. Mas há diferenças entre o Chelsea e o FC Porto de Mourinho. Nas Antas/Dragão, principalmente aí, Mourinho queria mandar nos jogos, deter a posse de bola, pô-la a circular de pé para pé naquele losango fatal do meio campo, dominando os acontecimentos, empregando aquela teoria de que «se a bola estiver em nosso poder não pode haver golo deles», e depois quando não a tinha, procurá-la o mais cedo e mais perto da baliza adversária possível, naquilo que os entendidos apelidaram de pressão alta. Foi quase sempre assim até à final (excepções no Riazor e em Old Trafford), a marcar o andamento da partida, a subjugar o adversário. A massacrá-lo mesmo.
Hoje, o mesmo Mourinho vencedor é mais pragmático na abordagem ao adversário e ao jogo. Ele sabe que não precisa de ter a maior percentagem de posse de bola, de impor o ritmo do jogo, aliás, até lhe dá jeito que sejam os outros a fazê-lo. Porque Mourinho sabe que tem extremos fabulosos para jogar no contra-golpe e que na frente há finalizadores terrivelmente eficazes, que só precisam de “uma bola” para sentenciar um jogo.
Pode não ser tão bonito, mas é igualmente válido e eficiente. Ontem foi também muito assim. Mourinho, em duas formas distintas de jogar, mostra que não tem par. No mínimo... brilhante.

Che-Bar (III)

O Chelsea é hoje uma equipa temível. Não pelo futebol que apresenta, mas pela eficácia anormal que demonstra. Já o tínhamos visto na premiership, ontem vimo-lo contra o Barça. Diz um amigo meu que o Mourinho tem um pacto com o demónio, justificando assim a fortuna que os blues têm em certos momentos chave. Não sei se será tanto assim, mas que o técnico português mostra uma quase irritante faceta de "nascido para ganhar", isso mostra. Faz hoje precisamente um ano, estava em Manchester a assistir ao United-FC Porto. Ao meu lado, um sportinguista, fascinado pela carreira avassaladora do vencedor da Taça UEFA, final que ele também presenciou ao meu lado em Sevilha. No ambiente louco de Old Trafford jogava-se o minuto 89. Livre à entrada da área. O FC Porto a perder a eliminatória. Viro-me para o meu amigo e digo: vai ser golo. Ele ri-se e diz que não, embora no fundo sei que o quisesse também. Foi mesmo golo. Porque era o minuto perfeito para o ser. Porque a estrela de Mourinho estava presente mais uma vez. Porque assim o United não tinha hipótese de reagir. E foi eliminado. Mourinho vale por muito, mas também por isto. Ontem, o Costinha chamou-se Terry.

Che-Bar (II)

O jogo de ontem em Londres foi memorável. A história às vezes sorri-nos de frente, permitindo que ao longo de uma efémera existência, tenhamos uma mão cheia de grandes jogos de futebol para recordar até ao fim dos dias. Porque passamos a vida a vida a ver maus jogos de futebol. Cá dentro e lá fora. Depois do Chelsea-Barcelona, a televisão passou o Milan-Manchester. Outro jogo que tinha tudo para ser grande. Mas não foi. O cinismo de uns e a falta de perspicácia de outros impediu que o San Siro vivesse um décimo da emoção de Stamford Bridge. Em casa, foi razão suficiente para mudar de canal.

Che-Bar

Quando vemos aqueles documentários da vida animal é quase impossível não estar do lado da pequena gazela, desesperada nos dribles, que tenta fugir à chita, desejando que ela escape à perseguição e ao terrível destino de ser tornar em mais refeição do felino. O ser humano tem destas coisas. Quando tem escolher um lado, normalmente pende para o lado dos mais fracos, torcendo que a lógica não impere e que o mais forte não faça valer a sua lei. Mas por muito que a gazela resista, se não morrer à primeira, morre na segunda.
Ontem em Stamford Bridge, a gazela era o Barcelona. Por isso torci por eles. Ainda mais quando perdiam por 3-0.

Shut the matraca up!

Calou-os a todos. Há dias, tinha sido a imprensa inglesa. Calhou agora a vez a Rijkaard, Puyol, e a todos os que não resistem a alinhar em mind games com o inventor da armadilha. Os que ainda conseguiram balbuciar qualquer coisa, como Eto’o, ficaram a falar sozinhos.

E a imprensa espanhola ficou a investir contra moinhos de vento, agarrando-se à desculpa de uma má decisão do árbitro com a mesma veemência com que tinha criticado semelhantes invocações de mau pagador do “treinador do Numancia” no jogo da 1.ª mão.

Mourinho confessou ter retirado mais gozo desta vitória do que do triunfo em Gelsenkirchen. Quem viu um festejo e se lembra do outro não tem do que duvidar. Na verdade, a noite foi perfeita para o português. Jogou espicaçado, como ele gosta. Trazia atravessada a derrota de Camp Nou. Os jogos mentais tinham corrido como ele queria. Aos 7 minutos, pôs a eliminatória a seu favor; aos 16, pôs a «melhor equipa do mundo» de joelhos; aos 19, enquanto distraidamente espezinhava uns irreconhecíveis catalães, achou por bem apresentar-se: «Hola, jo soy el entrenador de Numancia, y usteds?»

Depois, em vez de dar a estocada final (não podia ser, era muito cedo), o magnânimo herói estende a mão ao seu adversário (Paulo Ferreira, é a tua deixa!), ajudando-o a levantar-se (num filme do Zorro, é a parte em que o mascarado devolve a espada ao vilão). O rival, insultado com a misericórdia, enche-se de brios e mostra a sua raça: grande golo de Ronaldinho. Agora era o Barça quem se mantinha na prova, o Chelsea rodava fora de pista. Era apenas uma reviravolta hollywoodesca, para conferir mais suspense e dramatismo à coisa (no mesmo filme do Zorro, é a parte em que o herói é alvo de um contragolpe do mau da fita e passa a lutar com a camisa ensanguentada e em inferioridade física, como se já não bastase a ausência da Drogba e Robben).

Perto do final acontece aquilo que quem comprou bilhete sabia desde o início que ia acontecer: o triunfo do protagonista. E com um toque de ironia: fere de morte o vilão com o mesmo ferro com que havia sido ferido no primeiro take da película: uma má decisão do árbitro. Só que com muito mais classe: este árbitro, ao contrário do da primeira volta, não é um norueguês abichanado que passa 5 minutos trancado no balneário a cumprimentar o treinador da equipa da casa. Este é o melhor árbitro do mundo, e qualquer má decisão sua não tem que ver com pressões, inabilidade para o cargo nem com esquemas de apostas: é apenas justiça divina redigida a direito por linhas tortas.
Happy Epic End

A EQUIPA DO FC PORTO, VENCEDORA DA LIGA DOS CAMPEÕES, GANHA A PRIMEIRA NOMEAÇÃO DE SEMPRE PORTUGUESA PARA OS PRÉMIOS LAUREUS WORLD SPORTS AWARDS
Na categoria da melhor equipa mundial anual, ou Laureus World Team of the Year, o FC Porto irá concorrer a equipa olímpica de basquetebol da Argentina, os Boston Red Sox, a equipa europeia da Ryder Cup, a Ferrari e a selecção grega de futebol.

A festa da Taça de Portugal continua dia 20 de Abril:
Estrela da Amadora-Benfica
Vitória de Setúbal-Boavista

A culpa é da Sport TV

A Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional decidiu hoje arquivar o processo sumaríssimo instaurado a Simão Sabrosa, ficando o extremo do Benfica isento de cumprir qualquer dos dois jogos de suspensão previstos.
A inédita despenalização de um processo sumaríssimo foi acompanhada de uma também inédita explicação do órgão disciplinar da Liga que conta o processo em oito páginas.Alex, jogador que disputou no lance com Simão, Décio Cordeiro, o árbitro assistente, e Rui Oliveira, licenciado em Educação Física, «abarcando conhecimentos específicos na área de movimento e biomecânica», foram as principais testemunhas arroladas pelos encarnados.A mesma Comissão Disciplinar que puniu Simão Sabrosa diz no acórdão que «as imagens não são suficientemente esclarecedoras no sentido de se procurar vislumbrar da intenção de agredir por parte do arguido».
O órgão diz ainda que «a falta de qualidade de imagens associada à falta de outras perspectivas sobre o lance» constituem «prova insuficiente no sentido de se poder aquilatar da eventual intenção de o arguido em agredir o seu adversário».

Está encontrado o sistema... ou melhor, a falta de um sistema de vídeo como deve ser.

Arsène Wenger, Alex Ferguson e José Mourinho morrem num acidente de avião e vão conhecer o Criador. O Deus supremo vira-se para o Wenger e pergunta-lhe qual a coisa mais importante para ele na vida. Wenger responde, dizendo que a Terra é a coisa mais importante e que proteger o sistema ecológico do planeta é importantíssimo.
Deus olha para o Wenger e diz: “Gosto da maneira como pensas, anda e senta-te aqui ao meu lado esquerdo”
Depois, Deus volta-se para Ferguson e pergunta-lhe qual a coisa que ele mais respeita na vida. Ferguson diz que são as pessoas e as suas escolhas pessoais. Deus acena com a cabeça e diz: “Gosto da maneira como pensas, anda e senta-te aqui ao meu lado direito”.
Finalmente, Deus vira-se para Mourinho, que estava a olhar para Ele com um ar muito indignado. E Deus perguntou-lhe: “Qual é o teu problema Mourinho?”. Mourinho responde-lhe: “Eu acho que Estás sentado na minha cadeira.”

E porque hoje continua a ser segunda-feira no BnR, tal como prometido, dose dupla para compensar as ausências passadas.!

Não há-de querer o Roger jogar no Brasil! Porque hoje é segunda-feira no BnR.

Um jogador algo apagado

Primeiro, o FCP quis contratar o avançado Cláudio Pitbull.
Depois, o clube apenas quis contar com os serviços de Cláudio.
Na última jornada, convocou para a bancada o reforço _______.
Quando apresentaram o artilheiro como uma sumidade na arte do golo, ninguém pensou que sumidade viesse de sumir.

pressão

Um Sporting muito, muito longe do que se viu contra o Estoril ou em Roterdão, baixou à terra e no meio de tanta fragilidade defensiva pode dar-se por feliz por só ter perdido por um no Restelo. Como irá reagir o Benfica a este resultado e ao do FC Porto?

Luís Campos

Escrevo no momento em que Caíco faz o 4-1 para a União de Leiria. Luís Campos é mesmo sinal de descida de divisão. Continuo a torcer por uma recuperação do Beira-Mar. Gosto de Aveiro, previ uma carreira de razoável sucesso para Luís Campos e acho que o futebol português não merece um estádio daqueles na Liga de Honra. Depois há outra coisa. Se Luís Campos falhar a manutenção do Beira-Mar a sua carreira acaba, pelo menos nos moldes em que ele a projectou. Mas assim, não há argumentos que justifiquem um insucesso do Beira-Mar. Ver Mário Loja a jogar no meio-campo, Filipe a defesa-direito e Rui Lima no banco é sinal de completo desnorte.

PS - Aposto numa vitória do Sporting no Restelo. O Benfica se empatar vai ser um mal menor.

Quantos são, quantos são?

A forma como o FCP festejou a histórica vitória sobre o grande Penafiel, esse colosso do futebol mundial, é muito reveladora dos índices de confiança do grupo de trabalho azul e branco.
Sente-se que, depois de dobrado um conjunto que foi o cabo dos trabalhos, não há agora tormenta que não seja encarada com boa esperança. Para quem é capaz de vergar o Penafiel, o céu é o limite. «É assim que se fazem as equipas campeãs!» Se se conseguir chegar ao fim dos 90 minutos em condições de disputar o resultado, talvez haja tempo para, nos descontos, arriscar um pouquinho mais. Aí está a táctica para Milão. Só o velho do Restelo da Luz acreditará que o importante é não perder. Em San Siro, força, FC Porto! Contra ventos e marés, por Portugal! (Hum... se calhar, é melhor não... Da última vez que alguém se norteou por estes dizeres, os outros é que ganharam de goleada.)

Quem – dos que repararam no descontrolado júbilo estampado no fácies de PC aquando do golo de McCarthy, e dos que souberam da indisposição presidencial que se seguiu – se lembrou de uma questão cardeal que, torna/não torna, surge na ordem do dia: deveria o Papa abdicar?

Moreira nos planos do Manchester United

O n.º1 do Benfica completa 23 anos no dia 20 deste mês

"O manager do Manchester United, Sir Alex Ferguson, pretende assegurar a contratação do jovem guarda-redes Moreira, do Benfica, numa altura em que o jogador tem sido menos utilizado na baliza dos encarnados. Segundo avança o jornal Daily Mirror, Alex Ferguson não está satisfeito com o rendimento dos guarda-redes Tim Howard e Roy Carroll e pretende garantir o concurso de um guarda-redes jovem e com futuro, estando o nome de Moreira no topo da lista. Para assegurar a contratação de Moreira o clube inglês está disposto a oferecer cerca de 3,6 milhões de euros[perto de 720 mil contos]."
O jornal "A Bola" cita o inglês "Daily Mirror", noticiando um interesse que já não é notícia...

Andará o jovem guarda-redes do Benfica pelo banco de suplentes por castigo imposto por Trapattoni, para a SAD o esconder dos "gigantes" europeus ou apenas para se desvalorizar?

Conversa entre presidente e treinador antes do treino, antes de um início de época:

- Mister, então como estão as coisas?
-Tudo bem presidente. Estamos a tentar formar um bom grupo.
- E como estão os jogadores?
- Há qualidade, mas precisam de trabalhar, há muito trabalho para fazer, muito trabalho...
- Sabe, vim cá abaixo ao treino para lhe sugerir um jogador...
- Então?
- Que tal comprarmos o Fernando Aguiar?
- O Robocop?
- Esse mesmo...
- Sabe presidente, acho que não precisamos dele. Já temos tantos trincos! Acho que tenho de dispensar algum senão dizem que só sei jogar à defesa. São para aí uns seis...
- Pois eu sei, mas o Fernando Aguiar...
- É estar a gastar dinheiro para um lugar que não precisamos, presidente.
- Talvez, não sei, você é que é o treinador. Mas sabe, se nós não o comprarmos ele vai para o Benfica. Ja me disseram que eles o querem comprar.
- E então presidente? Qual é o problema?
- Não está a perceber... Ele vai para o Benfica. E nós podemos roubá-lo. Já viu?
- Presidente, veja uma coisa. Você não quer o melhor para o nosso clube?
- Claro que quero!!
- Então deixe-o ir para o Benfica. Vai ver que nós ficamos mais fortes sem gastar um tostão!
- Hum... Mas olhe que ele vai mesmo.
- Deixe-o ir, deixe-o ir! Não se preocupe.
- Mas ò mister, olhe que o empresário dele é o Rui Neno. Não é o Mendes!
- Presidente, não é por causa do empresário que eu não o quero.
- Tem a certeza? Posso trazê-lo já hoje...
- Absoluta presidente. Deixe-o ir e vai ver que não se arrepende.

E o Fernando Aguiar acabou mesmo por ir para a Luz...

Pois, realmente...

Parece que era assim...

Quaresma nem com a velocidade de um Maserati conseguiu fintar um muro. Tendo em conta que não há na Superliga nem um defesa assim tão duro de rins, talvez se perceba melhor o banho de banco em que tem estado mergulhado. O jogador alega que foi impossível evitar o choque, mas conta quem viu que foi uma entrada de carrinho merecedora de sumaríssimo.

Verdadeiro ou falso?

Num momento em que a incerteza na SuperLiga quanto ao próximo campeão se mantém acesa - com FC Porto, Sporting e Benfica empatados na frente e Sp. Braga e Boavista à espreita -, proponho aos caros "combloguistas" que descubram algumas realidades e algumas mentiras que vão povoando a actualidade do futebol português. Muitas das seguintes afirmações são mesmo verdadeiras...

a. Sokota já tem contrato assinado com o FC Porto;
b. José Veiga continua a ganhar comissões nas transferências (saída) de jogadores do Benfica;
c. No próximo Verão, o Sporting terá um novo presidente;
d. O Boavista não vai qualificar-se para as competições da UEFA;
e. No âmbito do processo "Apito Dourado", o árbitro Jacinto Paixão também não pode falar com Reinaldo Teles (o mesmo acontece em relação a Pinto da Costa, João Loureiro, etc.);
f. Vai estourar mais uma bomba no futebol português relacionada com o "doping";
g. Niculae não renovará com o Sporting e vai para o Rennes, de Boloni;
h. Luiz Felipe Scolari será treinador do Benfica a partir de 2006/07;
i. José Peseiro não continuará a conviver com os "leões", mesmo que seja campeão;
j. José Veiga recebeu recentemente 510 mil acções de uma sociedade participada pelo Benfica para saldar uma dívida antiga;
k. A empresa que vai terminar a construção do Centro de Estágio do SLB, no Seixal, é do presidente do Sp. Braga;
l. O empresário Jorge Mendes já é dono de um andar da Torre das Antas;
m. Mariano Barreto assumirá o comando técnico de um "grande" de Lisboa no final desta temporada;
n. Sá Pinto, Pedro Barbosa e Rui Jorge... Apenas um destes jogadores vai renovar contrato com o Sporting;
o. Em 2005/2006, Rochemback passará a equipar de azul-e-branco;
p. Vítor Pontes deixará a U. Leiria e irá trabalhar para o V. Setúbal, ao "serviço" do amigo José Mourinho;
q. A SAD de Alvalade prepara-se para lançar mais uma "pérola" no futebol profissional - Fábio Paim, que completa 17 anos em Abril -, talvez ainda esta época, e já renovou com o jogador;
r. Luís Boa Morte e Pauleta estão de regresso a Portugal para disputar a próxima edição da SuperLiga;
s. O V. Setúbal conquistará a Taça de Portugal esta época e terá, depois, um novo accionista: Abramovich;
t. O advogado de Pinto da Costa no caso "Apito Dourado" foi patrono da juíza do processo;
u. A residência de José Veiga, na zona de Cascais, é propriedade de uma empresa sediada nas ilhas Turks & Caicos;
v. Ricardo já está a receber aulas de um emigrante russo, preparando-se para ir defender a baliza de uma equipa moscovita;
w. Maniche voltará a ser representado por Paulo Barbosa e vai para um clube inglês;
x. João Malheiro vai ser director de um jornal diário desportivo português;
y. José Guilherme Aguiar será o próximo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional;
z. A partir de 2006/2007 a SuperLiga passará a ser disputada por 16 equipas (menos duas que actualmente).
E não esquecer esta máxima: "O que hoje é mentira..."

Clássico

Já são quase duas da manhã e o ar condicionado do meu quarto de hotel está no máximo há quase meia-hora. Mesmo assim ainda sinto nos ossos o frio que apanhei hoje no Dragão. Enquanto estava aqui entretido a ver a repetição dos Oscares pensei que valeu a pena estar a bater o dente antes, durante e após o jogo desta noite. Não sei se as emoções se reflectem em casa tão bem quanto no estádio. Julgo que não. Julgo que muito se perde por entre as ondas hertzianas que levam o pontapé na bola até ao conforto do sofá. Por isso mesmo não sei se muitos corroboram a minha opinião de que o FC Porto-Benfica foi um grande jogo. Acredito mesmo que foi. Sem expulsões ou golos duvidosos, e com muita, muita entrega de lado a lado. Mais do que isso até. O Benfica recuperou muito bem do desastre russo e apresentou-se na casa do campeão nacional de peito aberto, pronto a discutir o resultado, chamando a si as primeiras responsabilidades do encontro. Podia ter matado o jogo quando ainda subsistia o empate, viu o jogo quase fugir-lhe e depois, a perder, encontrou forças para desfeitear Baía. Mas a coisa podia não ter parado ai. Os dragões não viram as costas e podiam de novo ter marcado. O Benfica também. Os últimos dez minutos foram impróprios para cardíacos, muito por culpa dos jogadores que, mais do que os técnicos, não quiseram perder o jogo. Digo isto porque não percebo algumas das substituições dos treinadores. Principalmente as de Trapattoni. Tirar Nuno Assis porquê? Porque tinha mandado uma bola à barra? Porque a sua rapidez estava a colocar em dificuldades a defesa do FC Porto? Depois a entrada de João Pereira (saiu Geovanni) para defender o resultado, quando o Benfica tinha todas as possibilidades de vencer o jogo. Trap talvez não merecesse ponto ganho, porque foi para o Dragão jogar para o empate. A medo. Mas os seus jogadores mostraram-lhe que podiam ter acabado com o borrego que já dura há dez anos. A oportunidade perdeu-se e agora há que continuar a lutar, e será mais difícil, até porque há mais um adversário com os mesmos pontos. Vamos ver no que isto vai dar.
Bem, chega de bola porque quero ir ver o cegueta do Jamie Foxx levantar o Oscar.