Confesso que fiquei decepcionado. A entrevista de LFV à RTP1 tinha promessa de grandes motivos de interesse, mas para além do anúncio (já previsto) da recandidatura e dumas alfinetadas a Pinto da Costa (como convém nestas ocasiões), pouco mais foi do que uma sessão de pré-campanha eleitoral paga com os meus impostos. A entrevistadora tentou mostrar que fez trabalho de casa, mas foi notório que se dá melhor com ministros, e o entrevistado não fugiu ao (péssimo) registo "eu sei muito mas só digo depois". Ora se sabe que diga, ou então não ande para aí a dizer que é o único presidente que fala no famigerado Apito Dourado, pois da boca dele ainda não ouvi nenhuma acusação ou prova que ajude a acabar com esta mancha negra do futebol português. Adiante. daqueles 30 minutos de bocejo retiro duas coisas que me parecem importantes e que merecem aprofundamento:
1 - LFV deu a entender que a dupla V&V pode ter os dias contados (apesar de no final ter dito que Veiga "faz parte do projecto do Benfica). A confirmar-se a saída, quais as (verdadeiras) razões para este divórcio?
2 - Os números do passivo. Falava-se em quase três centenas de milhões de euros, Vieira disse serem "apenas" 125. Com (relativa) facilidade de resolução (revelou receitas anuais de 100 milhões). A ser verdade, há que tirar o chapéu, pois a minha memória não é curta e ainda me lembro do SLB não ter dinheiro em caixa para pagar a conta da electricidade ou a manutenção dos computadores da secretaria. Se não for, uma mentira descarada merece punição eleitoral.
Um nota ainda para um erro, repetido, de LFV, que deve ter deixado aos cabelos em pé ao Cunha Vaz. Já não bastava ter dito (assim que entrou no clube) que iria fazer o SLB o maior clube do mundo em 3 anos e que o SLB iria ter 500 mil sócios, o presidente voltou a cair na asneira da propaganda fácil, prometendo (ou como lhe quiserem chamar) que em 2011 ou no ano seguinte, o mais tardar (e aqui faço uma pausa para sorrir), o SLB vai ser "um colosso europeu e mundial". O SLB, o seu presidente e os seus simpatizantes têm a legitimidade de almejar o que quiserem, de sonhar, trabalhar, o que seja, nesse sentido. O que LFV não pode é dizer uma coisa dessas. Com cara de que esse desejo vai ser uma realidade insofismável. Mas acredito que o Jorge Máximo e o Barbas tenham ficado encantados com a afirmação.
Já agora, que se fala no SLB, deixo aqui a sugestão para, essa sim, uma grande
entrevista com um responsável muito importante na estrutura encarnada. António Carraça fala ao
Sportugal sobre a formação e muito mais. Directo e frontal, a deixar passar uma óptima imagem de um gestor.